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Rui Amaral, Deputy Director da Gapi – Sociedade de Investimentos, fala de como o programa de formação de formadores e Técnicos de Emprego em empreendedorismo e de jovens de Mecúfi, em Cabo Delgado, que desenvolveram no âmbito do +EMPREGO e pode mudar as vidas dos jovens da região que, agora, têm condições para estruturar um negócio de hortícolas e de melhorar os seus rendimentos e das suas famílias.
Que parceria ou que trabalho conjunto a GAPI SI está a desenvolver com o Projecto +Emprego?
Fomos designados pelo +Emprego como consultores para dinamizar algumas actividades específicas e nesse sentido, estamos a trabalhar na capacitação de um grupo de jovens de Mecúfi, Cabo Delgado, no que são as nossas metodologias de promoção do empreendedorismo e melhoramento de gestão. Nesse sentido já capacitámos 18 jovens que foram formados pelo IFPELAC em matéria de produção de hortícolas, para também poderem criar a sua cooperativa que vai integrar os os jovens abrangidos que, desta forma, irão ter uma entidade formal que pode ser usada para comercializar os seus produtos, mas também para a aquisição de insumos, etc.
Em paralelo, desenvolvemos acções de formação de formadores e de Técnicos de Emprego no tema de empreendedorismo e metodologias de apoio á criação do próprio negócio de vários membros de instituições parceiras do +Emprego, como o IFPELAC, Fundação Aga Khan/Instituto Bilibiza, INEP, bem como alguns membros da CTA.
Qual foi a duração destas acções?
Tiveram uma duração de quatro meses, iniciámos no último quartil de 2022, a 12 de Setembro, realizaram-se as acções de formação de formadores, entre os dias 3 e 7 de Outubro realizámos a formação dos jovens em Mecúfi. E depois, até Dezembro tivémos várias acções de acompanhamento, apoio nos registos da empresa ou da cooperativa, uma vez que o apoio na formalização legal da empresa criada pelos jovens é uma parte fundamental deste programa desenvolvido no âmbito do +Emprego.
E para 2023, o que se pode esperar deste trabalho iniciado no ano passado?
Gostaríamos de continuar a trabalhar em parceria com o +Emprego. Acho que o que foi feito até aqui é o início de um trabalho que deve ser sustentado e acompanhado porque, sabemo-lo por experiência, quando se cria uma qualquer startup, há uma grande necessidade de acompanhamento nas primeiras fases da sua vida, ao nível a estruturação, da constituição dos seus órgãos sociais, da capacitação constante dos seus membros da direcção, e claro, ao nível operacional de gestão da empresa. Diria que esta primeira fase é sempre crítica e por isso nós também decidimos prolongar o que é a nossa parceria por mais alguns meses, e depois ao longo do próximo ano, dependendo de como vai ser a relação com o +Emprego, para continuar a acompanhar estes jovens e ver se conseguimos apoiar cada vez mais jovens daquela região na constituição das suas empresas e nos primeiros passos rumo a uma nova vida, baseada no seu próprio negócio sustentável.
A GAPI, enquanto única instituição financeira para o desenvolvimento em Moçambique, e com um vasto portefólio de projectos em todo o país, tem bastante experiência neste tipo de acção.
Isto é o nosso dia-a-dia, é o que nós fazemos há 30 anos, a promoção do empreendedorismo e do auto-emprego nas zonas mais remotas do país a vários níveis, das acções de formação, como esta de que falávamos, à criação de programas de empoderamento, ou de financiamento a vários níveis. Trabalhamos com uma enorme rede de parceiros externos, que confiam em nós para a execução deste tipo de programa e os resultados falam por si. No que respeita a Cabo Delgado, estamos de facto a olhar com muita atenção para a província nos últimos anos, devido à situação que conhecemos. A esse nível, destacaria uma acção que estamos a desenvolver em parceria com a Ayuda en Accion, uma entidade espanhola que visa aproximar os pequenos produtores de seis distritos da região do acesso a recursos financeiros com várias linhas de financiamento para pequenos empreendedores, cooperativas e entidades um pouco mais estruturadas.